Casais de namorados LGBTQIA+ das novelas para quem todo mundo torceu

Desde os anos 1960, personsagens LGBTQIA+ integram as telenovelas em praticamente todas as emissoras do país. Nos anos 1980, eles começam a ganhar destaque nas tramas, mas a formação de casais onde o público torcia publicamente só acontece no final dos anos 1990 com Jefferson (Lui Mendes) e Sandrinho (André Gonçalves) em “A Próxima Vítma”, da Rede Globo.
De lá pra cá, muitos casais ganharam torcidas apaixonadas, fã clubes e shipes na internet. Relembre os mais marcantes:
Jefferson (Lui Mendes) e Sandrinho (André Gonçalves) – “A Próxima Vitima”
Em uma entrevista ao jornalista Tony Goes, o autor da novela, Silvio de Abreu, contou que optou por apresentar os personagens como amigos e principalmente pessoas muito boas: honestos, excelentes alunos, bons filhos e por aí vaí. Quando o público já tinha se afeiçoado aos personsagens, começou a ficar mais evidente que eles eram um casal.
A aceitação do público foi enorme, mas André Gonçalves chegou a ser agredido na rua e andou com seguranças por três meses depois de ameaças no bairro onde morava.
Silvio não teve sucesso com seu casal LGBTQIA+ seguinte e se viu obrigado a matar Leila (Silvia Pfeifer) e Rafaela (Christiane Torloni) em “Torre de Babel”, devido à rejeição.
Clara (Alinne Moraes) e Rafaela (Paula Picarelli) – “Mulheres Apaixonadas”
Foi só em 2003, oito anos depois de “A Próxima Vitima”, que o público voltou a torcer por um casal LGBTQIA+. Mas aí foi torcida de verdade. O público acompanhou de perto a descoberta da sexualidade das estudantes e a luta contra o preconceito e comemorava todos os avanços do casal.
Para ajudar, a cena final das duas foi coroada com um selinho. O artifício usado pelo autor Manoel Carlos foi inserir em uma cena de apresentação teatral, onde Clara e Rafaela interpretavam Romeu e Julieta. Uma gracinha!
Eleonora (Mylla Christie) e Jennifer (Bárbara Borges) / Turcão (Marco Vilella) Ubiraci (Luiz Henrique Nogueira) – “Senhora do Destino”
A novela de 2004 foi icônica em muitos sentidos, e não só pela brilhante Renata Sorrah dando vida à Nazaré, mas também pela forma como apresentou casais LGBTQIA+. Eleonora e Jenifer tinham cenas de afeto e até juntas, acordando depois de uma noite romântica, e acabam a novela adotando um bebê para delírio da torcida.
Já o casal de carnavalesco Ubiraci e o brutamontes Turcão eram um tanto quanto estereotipados, mas tinham química e divertiam o público pelas personalidades tão distintas.
Junior (Bruno Gagliasso) e Zeca (Erom Cordeiro) – “América”
O final de “América” começou como uma final da Copa do Mundo de 94 e terminou como o 7×1 de Brasil e Alemanha depois do balde de água fria que foi o corte do beijo entre os peões por quem todo mundo estava torcendo. A autora Glória Perez e os atores revelaram que foram gravadas várias versões do beijo, do mais puritano ao mais caliente, chegando a sete variações.
O beijo não saiu, mas o casal é um dos mais queridos do público até hoje, graças ao comportamento tímido e carinhoso da dupla.
Félix (Mateus Solano) e Niko (Thiago Fragoso) – “Amor à Vida”
De longe o casal mais celebrado de todos os tempos na teledramaturgia, o vilão que se redime e encontra o amor fez o Brasil parar, com direito a fogos de artifício na cena final de beijo. Assim como em “América”, foram gravadas várias versões, mas por sorte, esse foi ao ar.
Clara (Giovanna Antonelli) e Marina (Tainá Müller) – “Em Família”
A última novela de Manoel Carlos só não foi considerada um fiasco total graças ao carisma de Giovanna Antonelli e Tainá Müller, que conquistaram todo mundo com seu romance sáfico. Para ajudar, as lindas cenas do casamento e beijo das duas continuaram a tradição começada por sua antecessora “Amor à Vida” de exibir beijos LGBTQIA+.
Os beijos LGBTQIA+ foram exibidos nas tramas nos nove anos seguintes, até os recentes cortes em 2023.
André (Caio Blat) e Ricardo (Tolentino Ramos) – “Liberdade, Liberdade!”
A trama das 11 da Rede Globo teve altos e baixos, mas sem dúvida um dos fatores que fizeram a novela ser celebrada foi o romance entre o irmão da protagonista e o militar. De quebra, o casal protagonizou a primeira cena de sexo entre dois homens, que foi altamente elogiada tanto pelo público quanto pela crítica na época.