“Pantanal” faz declaração importante sobre homofobia

Na última segunda-feira (4), Pantanal exibiu cenas e diálogos falando abertamente de homofobia, explicando o que é e qualificando a atitude como crime.
O personagem Zaquieu, vivido por Silvero Pereira, foi vítima de comentários homofóbicos feitos pelos peões da fazenda, inclusive de Tadeu, interpretado por José Loreto, que zombou do mordomo, o chamando de “esquisitinho”.
Após os comentários dos peões, Zaquieu resolveu deixar a fazenda e desabafou sobre a questão com o personagem Eugênio (Almir Sater).
“Minha vida inteira eu fui feito de chacota, alvo das piadas dos outros, dos apelidos, das gozações, tanto tempo interpretando o papel de mordomo gay que eu achei que era isso mesmo, que eu só servia para fazer os outros rirem, pra me apontarem o dedo. Que só assim eu seria aceito no mundo deles, sendo a piada deles. Mas acontece que eu sou uma pessoa, eu não sou uma piada”, declarou.
O desabafo emocionante de Zaquieu repercutiu e muita gente comentou a cena nas redes sociais.
Depois, a novela mostrou Zé Leôncio repreendendo os peões e explicando para eles o que é homofobia – basicamente, o que todos eles tinham feito com Zaquieu.
Na primeira versão de Pantanal, exibida em 1990, a sequência foi bem diferente. Não há menção a homofobia, um conceito inexistente à época, nem a lei – que também não existia. Não há uma combatividade efetiva ao comportamento dos peões.
Vale lembrar que praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito em razão da orientação sexual de qualquer pessoa é crime. A pena pode variar de um a três anos, mais multa, podendo chegar a cinco anos se houver divulgação do ato homofóbico em meios de comunicação, como nas redes sociais.