A Origem do Brigadeiro

Entre as comidas brasileiras famosas no exterior está o brigadeiro. Você conhece a origem desse doce?
O brigadeiro é um doce típico da culinária brasileira, com origem no Rio de Janeiro, que rapidamente se difundiu pelo Brasil, tornando-se comum em todo o país a sua presença em festas de aniversário, junto com doces como o cajuzinho e o beijinho. É conhecido também no Rio Grande do Sul pelo nome de negrinho.
A origem do nome “brigadeiro” é ligada à campanha presidencial do Brigadeiro Eduardo Gomes, candidato da UDN à Presidência da República em 1946.
Heloísa Nabuco de Oliveira, membro de tradicional família carioca que apoiava a candidatura do brigadeiro, criou um tipo de doce, ligeiramente diferente da versão atual sendo feito com leite, ovos, manteiga, açúcar e chocolate, e o denominou com a patente do candidato preferido. A guloseima inicialmente feita como uma forma de arrecadar fundos para a campanha, rapidamente ganhou popularidade e se espalhou pelo resto do país junto da campanha do Brigadeiro. Como as festas dos correligionários e cabos eleitorais eram muito disputadas pela população, estes logo começaram a chamar os amigos para irem comer o “docinho do brigadeiro”. Com o tempo, o nome “brigadeiro” se tornou tão associado ao doce que o mesmo passou a ser conhecido apenas como “brigadeiro”. Apesar do apoio recebido, Eduardo Gomes foi derrotado nas eleições, tendo a eleição sido vencida pelo então general Eurico Gaspar Dutra.
No Rio Grande do Sul, ao contrário de no resto do país, o brigadeiro é popularmente conhecido pelo nome negrinho.
Tal fato, conforme é relatado nas memórias do político udenista catarinense Hercílio Deeke se deve também a razões políticas ligadas à candidatura de Eduardo Gomes. Segundo comenta o mesmo, o forte antagonismo político do caudilho gaúcho Getúlio Vargas – hegemônico na política gaúcha da época e forte opositor da candidatura de Eduardo Gomes – fez com que no Rio Grande do Sul o termo “brigadeiro” fosse pouco utilizado, usando-se em seu lugar o termo “negrinho” como um substituto “politicamente aceitável” para os meios de comunicação majoritariamente varguistas abertamente hostis ao candidato da UDN.