Conheça a Origem do Cacau e suas Variações

A história do cacau é mais antiga que o Brasil. Bem mais. E o seu local de origem não foi muito longe daqui, foi na América Central.
Se você não está ligando o nome ao grão ou ao produto correto, uma palavra bastará para saber exatamente do que estamos falando: chocolate.
Sim, o cacau é a matéria prima para desenvolver uma das melhores invenções que a humanidade já produziu, o chocolate.
Mas para chegar até a versão que temos mais contato, aquelas barrinhas que dissolvem em nossa boca ou o pó dos achocolatados, precisou percorrer um longo caminho.
A árvore que origina o grão na qual é produzido o cacau se chama cacaueiro. Esse ao menos é o nome mais popular da Theobroma cacao, o seu nome científico e latino dado por Carl Von Linné, cientista sueco.
A história do cacau
Árvore que encontrou excelentes condições de cultivo no território que hoje é conhecido como México há mais de 3000 anos.
Quem habitava o local nesse período era os olmecas, a primeira cultura a ter alto desenvolvimento na região e foi a responsável pelo primeiro plantio de cacaueiro.
Mas foram os Maias, que chegaram alguns séculos depois na área após o desaparecimento dos olmecas, que passaram a utilizar os grãos para o preparo de uma bebida usada com regularidade em rituais.
Essa bebida era muito amarga e ardida e seu principal uso era em rituais sagrado de sacrifício.
Assim como os Olmecas, os Maias desapareceram repentinamente, deixando espaço para os toltecas em 900 A.D. Depois foi a vez dos astecas ocuparem o espaço.
O que ambas as civilizações têm em comum é que continuaram a usar o cacau como bebida especial e sagrada.
A nomearam como “xocoatl”, onde “xoco” é igual a “amargo” e “atl” é igual a “água”.
Os astecas consideravam o cacau como uma bebida energética e fonte de sabedoria. Também a consideravam afrodisíaca e relaxante.
Outra curiosidade sobre a história do cacau é que nessa época o seu grão era usado como moeda e oferenda aos deuses.
Os Europeus navegadores e colonizadores foram um marco importante para a história do cacau, pois ao chegarem ao Novo Mundo conheceram essa bebida exótica e levaram-na para o velho continente para ser avaliada pelos paladares das realezas.
O primeiro Europeu a ter contato com a bebida foi Cristóvão Colombo em 1502. Não se agradou muito da bebida, pois a achou amarga e picante demais. Por isso, não foi o principal divulgador no velho continente.
Esse papel coube a Hernando Cortés, anos mais tarde, em 1528, que levou a receita para a sua terra natal, a Espanha.
Os espanhóis tiveram a mesma impressão de Colombo, mas viram potencial na bebida. Resolveram fazer testes como aplicar açúcar na fórmula e descobriram um novo e maravilhoso mundo de sabor.
Rapidamente a bebida passou a ser considerada uma iguaria elegante e por isso apreciada apenas pela corte espanhola por décadas a fio.
Em 1615 ocorreu o casamento entre a princesa espanhola Anna e o rei francês Luís XIII.
A princesa apresentou a bebida à base de cacau ao monarca francês e agradou o marido.
Este logo passou a consumir com frequência e espalhar para outras cortes reais.
Dessa forma o cacau passou a ser divulgado por todo o continente e ganhando muitos apreciadores.
Tal volume de pessoas conhecendo a bebida foi de suma importância para a história do cacau.
Na época de popularização do cacau ele era consumido na forma líquida e apenas pelas realezas de cada país, pois era considerado uma bebida nobre.
Com a bebida chegando à boca de alemães, italianos, belgas e principalmente suíços novas experimentações foram realizadas até se chegar ao chocolate na versão sólida como conhecemos.
Ou quase.
O cacau passou a ser comercializado na forma de chocolate em barras, grandes empresas foram construídas e solidificadas em torno desse negócio. Mas o produto ainda era considerado amargo e a barra era arenosa e quebradiça.
Coube ao suíço Rodolphe Lindt em 1879 escrever mais um capítulo importante da história do cacau e inaugurar a era do chocolate moderno.
O suíço inventou um processo de produção de chocolate chamado de conchagem. Com esse processo passou a ser possível fazer barras mais consistentes que derretem na boca de seus consumidores.
Sem dúvida é o tipo de chocolate que mais se aproxima ao que se comercializa nos dias atuais.
As regiões de climas temperados e solos férteis foram vitais para a história do cacau, pois são em tais condições que o cacaueiro se desenvolve melhor.
Atualmente os maiores produtores de cacau do mundo são Guiné, no continente africano, Gana, atualmente o maior produtor mundial, e o Brasil, que já foi o maior produtor do grão.
O nordeste brasileiro se destaca na produção de cacau, especialmente a Bahia.
Como o grão do cacaueiro se torna as deliciosas barras de chocolate que adoramos tanto apreciar?
Depois de colhidos, os grãos são limpos e depois tostados em temperatura que varia de 136º a 176 Cº.
As sementes são descascadas (cascas que são usadas como fertilizantes, geralmente), e depois moídas por meio de prensas.
As etapas posteriores transformam a tritura em uma pasta para depois virar uma massa de chocolate.
Como bem sabe, existem vários tipos de chocolate e eles são produzidos de acordo com a quantidade de manteiga de cacau, açúcar e essência aromatizada na composição.